filme washi

pausa dos testes de daguerreótipos para testar a revelação do filme washi W.

há uns anos, comprei um filme artesanal washi film. é uma emulsão de gelatina sobre papel japonês produzido artesanalmente na frança pelo artista lomig perrotin. esse filme ficou guardado por muitos anos. com a pandemia, resolvi passar 4 dia das minhas férias isolada num chalé em gonçalves-mg, e levei esse filme (além dos tri-x). a ideia da pausa, da lentidão, de dias calmos, pareciam combinar com as longas exposições desse filme de baixa sensibilidade. coloquei no chassis 6x9cm da câmera topcon, peguei um tripé, disparador e saí carregando isso tudo na mochila no meio do mato fotografar. 🙂

na embalagem e bula, não há uma precisão quanto ao iso, que varia entre 25-12 a depender das condições em que fotografa (sol, sombra, etc). um washi film w, vencido em 2015, exposto a iso 25 (sol) e iso 12 (sombra). o lugar tinha muito verde (amém!), e o filme é mais sensível aos azuis, pouco aos verdes e insensível ao vermelho (ortho). fiquei a procura de um revelador que fizesse ‘as vezes’ de um eukobrom da tetenal, que não se acha aqui no brasil. fiquei entendendo que precisaria ser um revelador ‘pedrada’. pensei em d-72 (dektol) puro, enfim. lancei a dúvida no fb e tive algumas sugestões e palpites de fotógrafos experientes. descobri também um grupo no fb específico sobre filme washi, em que até o fabricante participa. ele sugeriu que eu usasse um revelador multigrade diluído 1:1 (que para papel normalmente usamos 1:9 !). bem, fui em busca de comprar o revelador e finalmente estava com ele em mãos nesse final de semana.

talvez eu não tenha escolhido o melhor dia para essa revelação… 37oC na sombra em são paulo, 30oC dentro do meu lab (e da água que saía pela torneira), mas… estava obstinada. o roger também tinha um filme desse e resolveu terminar para revelarmos juntos.

daí revelamos ao vivo nossos filmes washi. a revelação na bandeja é bem delicada (as vezes desesperadora, com o filme querendo ‘dobrar sobre ele mesmo’). como comentei, estava 30oC dentro do lab e apesar dos nossos esforços para deixar os químicos à 20o.C, com banho-maria e tudo o mais, a emulsão pareceu meio que ‘desfazer’ criando manchas e rastros. usamos revelador Ilford Multigrade 1:1, segundo recomendação do fabricante, mas as imagens ficaram bastante densas (revelei aproximadamente 2min, o tempo máximo sugerido é 3min e menos do que 2min parecia que deixaria o filme ainda mais manchado, mesmo fazendo a pré-lavagem). quando o filme secou e ficou parecendo um ‘Mandiopã’, rs. coloquei na mesa de luz e fiz os registros abaixo.

aqui, no momento de terror e pânico ao manipular o filme que queria dobrar-se sobre si mesmo 😰

depois coloquei uma lente macro no celular para capturar os detalhes da textura esquisita que esse filme tem.

achei uma pena que ele ficou tão denso e contrastado, que talvez não role de fazer ampliação analógica 😦 acho que vai ficar só na reprodução com celular ou escaneamento mesmo… 😦

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